Autor: Sabrina Guedes de Oliveira
Cada vez mais, na sociedade atual, nós percebemos uma engrenagem perversa que assola a todos. As exigências cada vez maiores e um acúmulo de atividades, compromissos e responsabilidades que estão além dos espaços e tempos são a pauta desta realidade.
Corremos, não sabemos para onde, nem para qual objetivo, mas simplesmente, nos atropelamos, perdemos a nossa identidade e dignidade nessa busca desenfreada de se cumprir algo, protocolos que na maioria das vezes não nos realiza, mas a outros.
A rotina angustiante do cotidiano no faz, por vezes, mecânicos em nossos sentimentos, desejos, vontades, apenas cumpridores do que os outros querem e nos permitem. Acabamos não pensando e em muitos momentos, as vozes que ecoamos são reflexos de valores que não nos pertence e não fazem parte da nossa constituição histórica e essencial como humanos.
O momento do ócio criativo foi abolido e mais do que isso, proibido de ser externalizado, em algumas situações, mal visto, como algo não laborativo. É a ideologia da mecanização fazendo história e discipulando os indivíduos.
Para pensar, para filosofar, para produzir, o intelecto necessita ter espaço para a criação, para a imaginação, permitindo-se o esvaziamento natural e preciso.
O esgotamento mental e as muitas situações de estresse não colaboram para as atividades que exigem um trabalho intelectual mais elaborado. A reciclagem das energias e das emoções é um caminho a ser seguido por todos que se dedicam a arte.
Viver sob a ordem das acelerações, mas sem se deixar contaminar, é o desafiante segredo da vida, da longevidade e de uma mente e coração com ares saudáveis.
Viver somente aquilo que se deseja!
Sabrina Guedes – julho 2019.