ColunistasCOLUNISTAS

Edson Carlos de Sena

Autor: Edson Carlos de Sena

A Nova Teoria da Existência

7/3/2022 - Barueri - SP

 

"Artigo sob perspectiva de ensaio."

A Nova Teoria da Existência apresenta uma nova configuração do desenvolvimento humano. Nessa teoria, existe um desenvolvimento comum em que no primeiro estágio, como já apresentado pela teoria psicanalítica, o homem pensa que tudo que existe é ele, ou melhor, tudo é uma extensão dele. No segundo estágio, como também apresentado pela teoria psicanalítica, existe uma distinção entre o eu e os outros (pessoas, objetos, animais). Porém na fase adulta (um terceiro estágio) o homem, de modo inconsciente, acredita que os outros dependem de sua existência, por isso ele se sente como aquele que tem que produzir algo de algum modo ou (ou/e também) ele quer se fazer presente na vida das outras pessoas, é como que no momento em que ele não se faz presente de algum modo o outro (ou os outros) não tivesse força para existir por si mesmo. E na fase ou estágio derradeiro da vida, por causa da necessidade que o indivíduo sente dos outros, o indivíduo vê que sua existência depende da dos outros. Mas esses estágios poderiam se modificar em indivíduos que se encontra em uma condição de vida diferente das dos demais, como, por exemplo, alguém que por uma doença ou circunstância de incapacidade física e/ou mental se vê sempre necessitado dos outros.

O terceiro estágio é o mais relevante na discussão deste ensaio. Pois entender o homem nas suas ações inconscientes nos faz ter uma visão diferente do que até então tínhamos sobre esse ser regido prioritariamente (ou quase prioritariamente) por forças não conscientes. É percebido no comportamento do homem sadio que ele age por meio da força de seu inconsciente e que ele não toma consciência do porquê de seus atos diários. O que é importante refletir, isso falando da especificidade da terceira fase, é se esse comportamento seria por causa da vida em sociedade, ou seja, das relações com o outro (ou com os outros) ou teria outro motivo. Poderíamos pensar em: qual é raiz dessas ações inconscientes? Isso vem a nos parecer, mais logicamente, que é fruto da vida social, mas mesmos os animais brutos parece terem comportamentos semelhantes ao comportamento humano.

Mas refletindo na perspectiva humana, temos que buscar intender esses comportamentos para sabermos até onde eles estão equilibrados na vida de um indivíduo. Temos também que compreender se o desiquilíbrio dessa força (impulso do comportamento inconsciente) pode prejudicar a saúde mental de uma pessoa. Faz-se necessário compreender se essa força (impulso do comportamento inconsciente) associada a outros fatores da vida interna ou externa do homem podem vir trazer o desiquilíbrio psicológico deste. O importante é identificar na vida do sujeito como ele percebe isso em seu contexto pessoal. Mas para o entendimento de equilíbrio ou desequilíbrio, parece-nos viável uma análise mais holística do sujeito. Teria que investigar as ações do sujeito em sua vida cotidiana e teria que existir a escuta analítica (do inconsciente) para poder chegar, a partir do sujeito, a resposta que pode trazer nova direção para vida deste. Essa teoria é uma nova ramificação do conhecimento psicanalítico, mas que pode ser ou não ser entendida como tal, pois há múltiplas visões e direções na área psicanalítica.

Compartilhe no Whatsapp