COLUNISTAS
Autor: Edson Carlos de Sena
O desejo por descanso, até que ponto é sadio?
17/3/2022 - Barueri - SP
Dentro do conhecimento psicanalítico, é pautado o impulso de morte (conhecido também como Tânato ou Thanatos). Esse impulso humano é voltado ao desejo de eterno descanso, de ir ao estado vegetativo. Contrário a esse desejo, temos o impulso de vida (Eros) que é um impulso de “força” para permanecer vivo, que indica luta pela sobrevivência. Fala-se sobre o equilíbrio dessas duas forças (impulsos) como forma de se ter uma vida saudável.
Mas temos sempre que estarmos atentos para quando há a predominância do impulso de morte em nossas vidas e na vida das pessoas que estão ao nosso redor. Geralmente esse desejo é camuflado como uma necessidade trivial humana. Algumas pessoas dizem que estão sempre cansadas e que se pudessem dormiriam sem hora para levantar. Ou dizem, ainda, que sentem necessidade de tempos de repouso mais constantes. Geralmente entram no campo da passividade, ou seja, deixam de serem autoras e passam a serem somente consumidoras dos produtos dos outros. E quando são chamadas à proatividade, sentem-se incomodadas.
Por outro lado, sabemos que descansar é uma necessidade humana. E todas as pessoas têm direito ao descanso. Mas o importante é termos uma postura atenta ao que pensamos e fazemos em nosso dia a dia. É necessário, também, de vez em quando, pararmos para analisar como está indo a nossa vida. E, também, verificarmos como está o comportamento das pessoas que estão ao nosso redor, saber o que é próprio de cada idade ou de cada situação e o que pode ser um desajuste.
O reconhecimento, muitas vezes, da necessidade de mudança, quando necessária, é o caminho para aquelas pessoas que de algum modo não vivem a vida de modo equilibrado. E, muitas vezes, quando há o desiquilíbrio, a chave para saber o porquê de determinado comportamento pode está na análise dos conteúdos do inconsciente. O tratamento psicanalítico, nesse caso, é indicado como caminho para a cura, para uma vida equilibrada.