da assessoria de imprensa da Prefeitura de Barueri
No dia 24 de maio, das 19 às 22 horas, o Centro Cultural (rua Mônaco, 260, Parque Santa Luzia) será palco para o "Batuque de Tambú e Dança da Umbigada".
O batuque de umbigada é uma dança originaria da África trazida ao Brasil pelos navios negreiros na época de colonização e transmitida por gerações. Trata-se de uma dança que assemelha o movimento do corpo com o axé e a capoeira e tem como principal função festejar a fertilidade.
O batuque é uma manifestação em que, junto à batucada, há uma dança na qual um homem e uma mulher encostam seus umbigos como parte da coreografia. Na dança são utilizados os seguintes instrumentos: o tambú, uma espécie de tambor feito de tronco oco de árvore; o quinzengue, um tambor mais agudo que faz a marcação rítmica do tambú e nele se apóia; as matracas, que são os paus que batem no tambú do lado oposto do couro e os guaiás, chocalhos de metal em forma de cones ligados.
Barueri
A tradição do batuque de umbigada foi mantida em Barueri pelo mestre Aggêo Pires, que a trouxe em sua bagagem de homem do campo. Natural de Cerquilho, Aggêo chegou a capital no início dos anos 40 e em 1952 mudou-se para Barueri. Trabalhou e aposentou-se na Estrada de Ferro Sorocabana.
A herança cultural do batuque de tambú, de Laranjal Paulista, sempre esteve nos ensinamentos que repassou aos filhos, tendo vazão nas festas que organizou entre 1972 e 1977, ano de seu falecimento.
De acordo com o mestre Benedito Assunção (modista de batuque), Aggêo organizava as festas "pagando promessas para São Benedito". Ele trazia grupos de Tietê, Capivari, Piracicaba, Laranjal Paulista e São Paulo (zona norte), reunindo ilustres batuqueiros como Rei Domingos, João Silvano, Benedito Assunção (pai), Isidoro de Capivari, Zequinha (pai de Herculano), Benedito e Romário Caxias (pai e filho), entre muitos.
As festas de batuque no terreiro do Mestre Aggêo, na rua Vitória, região central de Barueri, eram um farto banquete suprido por alimentos que o próprio mestre cultivava em sua pequena roça na Aldeia de Barueri, em um terreno cedido pelo Exército. Os banquetes tinham batata doce, mandioca, milho verde, legumes e hortaliças e até carne de porco criado no fundo de seu quintal.
Entre os visitantes das festas de batuque figuravam, além da comunidade barueriense afrodescendente, artistas, políticos da cidade e da região, estudantes e pesquisadores de cultura.
Atualmente, Benedito Alves Assunção Filho está com 84 anos e é o elo de ligação da cidade com a tradição do batuque de umbigada. Benedito é morador do Jardim Silveira há 50 anos e ainda hoje compõe "modas" participando dos batuques e festas em sua terra natal, Tietê, juntamente com o mestre Herculano Marçal (83) e os outros mestres deste importante folclore paulista.
BATUQUE DE UMBIGADA
Sábado, 24 de maio, das 19 às 22 hs
No Centro Cultural
Rua Mônaco, 260, Parque Santa Luzia
Entrada gratuita
Mais informações: 4199-1600